sexta-feira, 15 de junho de 2012

VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO








Nesse dia 15 de junho é o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, sendo assim, faz-se necessário uma reflexão sobre o tema, tendo em vista o grande número de idosos no mundo. Em 2008, o número de pessoas com 65 anos ou mais atingiu 506 milhões de pessoas no mundo, segundo o Departamento do Censo dos EUA. A cifra deve mais do que dobrar até 2040, chegando a 1,3 bilhão de pessoas, ou 14% da população global estimada. (Segundo dados disponíveis em:     http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1236329-5602,00.html




A violência que se desenvolve no espaço familiar é bastante complexa e delicada, sendo extremamente difícil penetrar no silêncio das famílias dos idosos violentados. A insegurança, o medo de represálias oriundo de conflitos, da proximidade, do afeto, do amor, do instinto de proteção em defesa do agressor. Estes são alguns exemplos de justificativas para a omissão dos idosos, quando violentados por seus familiares.
Assim, parece existir uma concepção geral de que os idosos residentes nos seus lares obtêm de sua família condições favoráveis para a preservação do seu equilíbrio afetivo, psicológico e físico.
O idoso como vítima de violência sente-se constantemente ameaçado, sendo incapaz de se defender para garantir sua segurança. Com isso, muitos desses indivíduos desconhecem os serviços de assistência e proteção contra violência e não têm quem os ajude na busca de socorro, fato que dificulta denuncia dos agressores.
Paralelo a isso, a violência ao idoso cresce acelerado pelo crescimento da população de idosos, mesmo sendo considerado fator positivo para a história do desenvolvimento da humanidade, o mesmo não ocorre em relação a criação de medidas que visem a garantir a qualidade de vida desses indivíduos.
Nos últimos anos no Brasil e no mundo o aumento expressivo do número de idosos tem sido impulsionado pelas grandes inovações científico-tecnológicas, associadas a melhores condições de vida.
Através dos anos, a sociedade brasileira criou uma cultura que tende a separar os indivíduos mais velhos, discriminá-los, desejar sua morte, considerando-os ainda como descartáveis e como pesos sociais.
Diante disso, constatamos que as violências contra os idosos são muito mais abrangentes no país do se imaginava, apresentando-se em abusos físicos, psicológicos, sexuais, financeiros e em negligências. 
Por isso, a família que cuida de um idoso está deve está pronta a sofrer pressões financeiras, cansaço físico e responsabilidade com os profissionais pagos para ser cuidadores, já que estes dedicam um longo período na prestação dos cuidados ao idoso. Assim, esses fatores em conjunto, ou mesmo isoladamente, são capazes de desencadear situações de maus-tratos e de negligência contra o idoso no âmbito familiar.
Outro ponto que cabe salientar é a violência por motivos patrimoniais, ou seja, por bens, que seria a apropriação indevida dos bens de outrem através do uso da violência. No caso dos idosos, eles permitem que os agressores se apropriem de seus bens, pelo medo da solidão, do abandono em asilos e clínicas especializadas.
Muitos idosos convivem apenas com netos, figura também elencada como agressor em vários casos, inclusive na autoria de homicídios, o que reafirma que a violência familiar pode ser reproduzida em todos os modelos familiares. De acordo com o IBGE, é crescente o número de netos e bisnetos que vivem sob a custódia dos avós sendo na maioria das vezes cuidados e sustentados por eles. Tal dependência pode contribuir para aumentar conflitos e motivar comportamentos violentos, pois o idoso é o responsável financeiro, no entanto está sob a custódia e responsabilidade da família.
Alguns idosos são, ainda, destituídos do poder de decisão, privados de ocupar um espaço físico próprio, do direito de escolha, da liberdade de expressão, do direito à saúde e do direito de envelhecer saudável e com dignidade de cidadão.
Portanto, os idosos maltratados, sendo mais vulneráveis que as demais faixas etárias, encontram-se muitas vezes inseguros e fragilizados, e por essa razão não procuram de imediato os serviços especializados. Sem o apoio de familiares e sem amizades, torna-se difícil e constrangedor procurar sozinho os serviços fornecidos pelo governo. 







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