segunda-feira, 27 de outubro de 2014

BRASIL, CORAÇÃO VALENTE.

       
Durante as eleições nós nordestinos fomos humilhados e discriminados por votarmos em Dilma Rousseff, ou em nossos 9 Estados reconhecermos os avanços e melhorias realizadas nesses últimos 12 anos de PT. Os "LETRADOS" dizem que nós só votamos em Dilma por conta do Bolsa Família, que segundo eles alimenta vagabundos e ignorantes.
Um dia não muito distante víamos brasileiros alimentarem seus filhos com farinha e açúcar, rapadura, bata doce, sem direito a carne, arroz e frutas. Lembro quando pequeno que eu morava com minha vó que recebia dois salários mínimos e mesmo assim em um dia de ano lá em casa almoçamos feijão e vinagrete que não tinha nenhuma mistura, o salário não dava pra comprar nem ovo.  
Diante disso, nós votamos em Dilma, pela ampliação do ensino no Brasil, que possibilitou o acesso de pobres e ricos às Universidades, aos Institutos Federais, aos cursos técnicos, de instituições públicas e privadas para todos.
Ainda votamos pela ascensão de milhares de pessoas que deixaram a linha da miséria e hoje podem sentar em restaurantes, ir a shoppings comprar parcelado em muitas parcelas, mais comprar e isso trás autonomia e prazer.
Hoje, vemos um País que melhorou e possibilitou condições mais favoráveis para todo o seu povo, não permitindo que os pobres sejam extorquidos ou explorados pelos grandes capitalistas que só enriqueciam e empobreciam cada vez mais a grande massa pobre e analfabeta.
Hoje, filhos e filhas de imenso Brasil podem galgar melhores condições de vida, sonhar com dias mais justos em que o rico e pobre tenham o mesmo respeito e dignidade, que as vestes, a cor ou o sotaque, não sejam motivo de divisão e discórdia.
Por último, sou Brasileiro, Nordestino, Paraibano e amante das causas sociais, digo isso como Assistente Social que enfrenta na labuta diária a guerra de um povo contra a pobreza, esta mesma pobreza que ainda existe, pois não vivemos em um País de conto de fadas, mais em um País que tenta se reerguer de séculos de exploração econômica e social, que ainda tem muito por se fazer. Sendo assim, não poderia deixar de expor minha opinião e reafirmar que na atual conjuntura o melhor para o Brasil é Dilma, não estamos prontos para uma política voltada só para o capital, que conclama ricos e artistas para arrebanhar votos, utilizando para isso os meios de comunicação de massa.
Não poderia esquecer de mencionar, que o campeão de votos para Deputado Federal é nordestino e quem o elegeu foi o Estado de São Paulo, este mesmo Estado que hoje passa as mesmas dificuldades que nós nordestinos já estamos calejados de passar, a SECA, mostrando com isso que nada nos diferencia, somos iguais, somos um povo alegre e batalhador. Venceremos juntos esta SECA E ESTA POBREZA DE ESPÍRITO, DE EDUCAÇÃO E DE COMIDA que assolam nosso País e que faz seu povo sofrer.

VIVA O POVO BRASILEIRO, E NÃO APENAS UM REGIÃO OU ESTADO...
                                             SOMOS TODOS UM...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A beleza da maturidade







Um dia fui criança, todos olhavam para mim, admirando meus gestos e brincadeiras, minha beleza e alegria;
Fui adolescente, gostava de festas, namoro e boas amizades. Todos viam em mim a beleza da juventude, os sonhos e esperanças nos olhos.
Amadureci com o casamento, com os filhos e netos, os anos se passaram, nem me dei conta.
A beleza que viam em mim deu lugar as marcas do tempo, do esquecimento e da solidão.
Ah, mais isso não me desanima, pois a vida que vivi me deu muitos motivos para me alegrar. Os meus cabelos brancos brilham e refletem a luz do sol que refaz as esperanças a cada amanhecer. 
Cegos são os que não vêem na velhice a marca da sabedoria e do amor. Ultrapassados são os que pensam que nunca ficarão velhos.

E você, vai desanimar?
Vai ficar parado enquanto a vida te dá chances de viver?
Viva, ame, sonhe e faça a diferença assim como o grande Mestre Jesus nos ensinou com seus gestos de amor e carinho.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

INTERESSES MÚLTIPLOS





Não existe isenção quando se tem interesses escusos por trás. 

Que Deus nos livre dos que nos querem o mal, nos liberte de uma realidade em que aqueles que se dizem embaixadores do divino usam sua postura e poder para fazer o mal.

Nos livre daqueles que se utilizam da mídia para se beneficiar e acumular benfeitorias para si servindo a dois senhores: a Deus e ao poder do dinheiro.

Por fim que Deus nos livre de nós mesmos que muitas vezes esquecemos que somos lixo podre, organismos vivos a caminho da destruição.

E o fim? Há o fim é a lama, a putrefação, em que nenhum escapa seja ele pobre ou rico, feio ou bonito, poderoso ou franco. A lei da natureza serve para todos.

REFLITAMOS!!!!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A produção do conhecimento: uma questão relevante na atualidade


   
Em todas as áreas do conhecimento é importante um desvelamento da realidade em que se está inserido. Nesse processo, cabe aos agentes da produção do conhecimento um constante questionamento e não aceitação da realidade. É de suma importância buscar compreender os traços e fundamentos daquilo que até então baseiava-se num conhecimento ainda a priori, advindo do senso comum, portanto, obscuro e ineficiente para responder as indagações surgentes.
No Serviço Social, pensar em produção do conhecimento e em pesquisa é pensar numa atualização das bases intelectuais, técnico-operativas, interventivas e numa crítica a cerca da realidade vivenciada pela profissão nos mais diferentes ramos da sociedade. É  pensar a prática a partir de uma visão ampla e societária. Esta tarefa não é fácil, tendo em vista que a profissão é relativamente nova, sendo ainda perpassada por características conservadoras e positivistas, de manutenção da realidade vigente.
O processo de reconceituação[1] da profissão foi importante nesse processo, pois, proporcionou aos profissionais um crescimento no campo da pesquisa e um aprofundamento de questões relativas à sociedade e suas múltiplas facetas, além de analisar e pesquisar sobre as práticas profissionais, trazendo preocupações antes não discutidas, produzindo assim conhecimento.
Com a ofensiva neoliberal e constante crescimento das manifestações da questão social, o serviço social inserido dentro de um contexto antidemocrático, capitalista e excludente, viu-se inebriado de concepções incapazes de responder as demandas que surgia, uma “crise de paradigmas” toma a cena política. Pesquisar tornou-se para a categoria uma questão fundamental, pois, novos profissionais entram no mercado de trabalho todos os anos e estes precisam cultivar uma linha investigativa constante, desde a graduação até o mestrado e o doutorado, buscando nestes não somente atingir uma necessidade mercadológica, mas sim um aprofundamento de questões relativas a profissão e as demandas que a cercam.
Uma postura crítico-dialética torna possível uma relação de análise e diálogo sobre a realidade, agora não cabe uma aceitação do que é tido como realidade histórica, é preciso refletir, questionar e buscar respostas a esta realidade dada, romper os muros impostos pelos defensores de uma acriticidade e demasiada preguiça intelectual. A intervenção necessita assim de uma base teórica rica e alicerçada, não basta à operacionalização, a prática pela prática, uma manipulação da realidade. Cabe agora um constante crescimento e aperfeiçoamento dos grupos de pesquisa e extensão, proporcionando a eles elementos financeiros e teóricos suficientes para o avanço necessário. Não se limitar a apenas publicar, enumerar e socializar resultados, através de periódicos como a “Revista Temporalis” e a “Serviço Social e Sociedade”, mas ampliar esta rede de partilha e aperfeiçoamento dos conhecimentos gestados através da pesquisa e impulsioná-la.   
A tarefa da pesquisa e produção do conhecimento não apenas se limita a preparar e a capacitar para o mercado de trabalho, como deseja o grande capital, cabe a estas contribuir para uma sociedade mais crítica e reflexiva. Dessa forma, as ideias e as obras de Marx proporcionam ao serviço social uma capacidade de entender a realidade como transformação histórica e social. Buscar o eixo capaz de responder as interlocuções que surgem no seio da profissão, perceber a força do capitalismo e as transformações no mundo do trabalho.
No cenário vivenciado pela profissão nos últimos anos, percebemos um nítido crescimento na pesquisa, principalmente na pós-graduação, nos cursos de mestrado e doutorado, há uma preocupação em formar profissionais adequados ao mercado nacional e estrangeiro, atualizados tecnicamente, prontos para o recrutamento de mão de obra qualificada.
Guerra 2011 assim afirma:
É importante ressaltar que a critica da pós-graduação no Brasil obedece à mesma lógica de tantos outros processos históricos do Brasil e de outros países da América Latina: foi criada pelo alto, para atender aos interesses de uma burguesia nacional e, sobretudo, estrangeira. (GUERRA, 2011, p.129)
Ainda é tímido o processo de formação voltada a uma postura crítica e renovadora do modelo adotado pela burguesia capitalista. Conhecimento aqui não é sinônimo de saber, este último torna o indivíduo capaz de ultrapassar as barreiras impostas pelos modelos majoritários, e esta é a função primordial do exercício investigativo, nunca se contentar com o que se apresenta como sendo o real. Há sempre uma barreira a ser vencida, e esta nos é possível através da razão investigativa, capaz de iluminar o obscuro caminho da ignorância intelectual da sociedade capitalista.
Não podemos permitir que o modelo proposto nos últimos anos para a educação, motive a formação e a pesquisa a serem meros intermediários, fios condutores de um conhecimento meramente fracionado, bitolado e especificamente voltados ao treinamento de soldados para o mercado de trabalho. Esses soldados vem aumentando devido ao incentivo da política educacional aos cursos via Reuni e Prouni[2], em que abre-se um campo de oportunidades para todos, muitas vezes sem levar em consideração a capacidade dos discentes e docentes que irão compor esse exército. Precisamos de profissionais capacitados e não de números expostos em tabelas quantitativas que não transmitem a realidade do conhecimento gestado através do ensino, da pesquisa e da extensão em nosso meio intelectual. É preciso romper esse muro.
Essa lógica quantitativa é imediatista, fracionada e mercadológica, características fundamentais para o avanço do mercado, e isto muitas vezes influencia nas linhas de pesquisa fornecendo um suporte financeiro ou o negando. Segundo Santos (2007, p. 29) “Tudo é cada vez mais mercantilizável, inclusive os males que o próprio capitalismo produz”.
A lógica do lucro e da ganância leva a um mercado negro, em que o papel vale mais do que o conhecimento adquirido, e para isso se vai às últimas consequências, vende-se trabalhos, teses dissertações, artigos e tantos outros, no intuito de dá uma resposta imediata a uma sociedade corrupta, em que somente os políticos são tidos como tal, quando gestos como esse acontecem corriqueiramente. Não basta provar que sabemos ou aprendemos algo através de papéis, é preciso nunca se contentar com o hoje e com o agora, é antes de tudo aperfeiçoar o conhecimento adquirido, galgar o saber e o transmitir num gesto de continuo aprendizado de si mesmo.                  
Referências
GUERRA, Iolanda. A Pós-Graduação em Serviço Social no Brasil: um patrimônio a ser preservado. Revista Temporalis, Brasilia (DF), ano 11, n.22, p. 125-158, jul./dez. 2011.
Tavares, Maria Augusta, "A pesquisa no Serviço Social: a propósito do método", Temporalis, 19, 87-96.
SANTOS, Josiane Soares. Neoconservadorismo Pós-Moderno e Serviço Social Brasieliro. São Paulo: Cortez, 2007.
SIMIONATO, Ivete. Os defafios na pesquisa e na produção do conhecimento em Serviço Social. Revista Temporalis, Brasilia (DF), ano V, n.9, p. 51-61, jan./jun. 2005.
TAVARES, Maria Augusta. A Pesquisa em Serviço Social: a propósito do método. Revista Temporalis, Brasilia (DF), ano 10, n.19, p. 87-96, jan./jun. 2010.
YASBEK, Maria Carmelita; SILVA, Maria Ozanira da Silva. Das origens da profissão: a construção da Pós-Graduação em Serviço Social. IN: Serviço Social, Pós-Graduação e produção de conhecimento no Brasil. São Paulo: Cortez, 2005. p. 25-41.
       


[1] Destaca-se nesse período a contribuição de Marilda Iamamoto e José Paulo Netto, anos 80 e 90.
[2] Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais e o Programa Universidade para Todos.

SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE



 
Em todas as esferas de atuação do assistente social, desafios são postos, sua atuação é colocada em xeque, seu fazer é questionado ou ainda desqualificado. Na saúde esta realidade não é diferente, sendo um espaço sócio-ocupacional em que estas questões são bastante relevantes.
Alguns desafios são postos a atuação do assistente social na saúde tendo em vista ser um espaço tido como exclusivo da medicina, centralizado na figura do médico. Esta questão torna muitas vezes a nossa profissão desvalorizada.
Os parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde trás alguns desafios postos na atuação profissional, dentre eles destacamos: as condições de trabalho; formação profissional e conhecimento sobre a política de saúde; papel e função dentro da política de saúde; desconhecimento por parte de outros profissionais a cerca do assistente social.
Estes desafios muitas vezes contribui para que o fazer profissional seja incompreendido, desqualificado, criticado e desvalorizado. Ainda permite que funções que são atributos dos assistentes sociais sejam a ele direcionadas como: marcação de consulta; exames; solicitação de ambulâncias; vagas em hospitais; pesagem; alta e comunicação de óbito; declaração de comparecimento; montagem de processos e preenchimento de formulários; medicação; hortenses; próteses e meios.
Ao exercer funções que não são de sua responsabilidade, acabam deixando de realizar o seu papel, de viabilizar direitos ficando no campo técnico, sendo um auxiliar técnico dos profissionais da saúde. Isso contribui para que a profissão seja confundida com outras de cunho meramente administrativo, contribui ainda para que os profissionais que com ele trabalha não saiba qual é a verdadeira atribuição dos assistentes sociais na saúde.
A clareza de sua atuação permitirá que a sua atribuição e competência seja vista como importante na política de saúde. Dessa forma será possível estabelecer prioridades de ações e estratégias no exercício da profissão.
Portanto, o assiste social tem como desafio dentro da política de saúde uma auto-afirmação, lutando contra um sistema que exclui e aliena, explora e afasta aqueles que não servem para reafirmá-lo. Cabe ainda, aos profissionais uma constante reciclagem, uma preocupação com a formação, conhecendo a política e a realidade social que está inserido, tendo assim ferramentas adequadas ao fazer profissional.      

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

CLASSES MOVIMENTOS E ONGS: UM OLHAR SOBRE A SOCIEDADE BRASILEIRA




 

CLASSES MOVIMENTOS E ONGS: UM OLHAR SOBRE A SOCIEDADE BRASILEIRA

Maria de Fatima de Souza[1]
Rogério Rodrigues de Souza[2]

RESUMO: O presente estudo se destina ao componente Movimentos Sociais, como requisito para obtenção da nota da segunda unidade. Aqui estudamos o papel dos Movimentos Sociais, Redes e ONGs, sua diferenciação e importância para compreensão da sociedade que busca formas de enfrentamento da questão social e os elementos que compõe a analise e o conhecimento do referencial estudado. Com isso este estudo torna-se elemento singular para o conhecimento de questões relevantes para o serviço social, que entra no enfrentamento social tendo um conhecimento base do campo estudado.    


Palavras chave: Classes, Movimentos e ONGs.    


INTRODUÇÃO

A sociedade brasileira ao longo dos anos vem passando por um processo de transformação importante, a conjuntura social dá um suporte para que isso ocorra isso se dá principalmente pela dinamicidade que caracteriza o individuo que vive em comunidade. Esta vivencia gera mudanças, adequações, um processo de metamorfose constante, capaz de direcionar os rumos de povo.
Sendo assim, a democracia no Brasil se constituiu através de lutas sangrentas, posturas muitas vezes combatidas pelo poder imposto. A liberdade e a afirmação de um povo foram tantas vezes extirpadas, direitos foram esquecidos, obrigações renovadas de forma arbitraria.
O regime militar ao longo do seu poderio trouxe para o povo um falso ideário de segurança, alimentou a sede de poder e ganância de uma parcela da população que a todo instante impõe suas decisões.
Em um caminho aposto a partir do final dos anos 70 ganham forças no Brasil práticas coletivas, que tinham como objetivo lutar contra o regime político vigente, contra seus desmandos, reivindicando bens e direitos sociopolíticos. Isso acarretava consequências conforme relata GOHN (2008): Participar das práticas de organização da sociedade civil significava um ato de desobediência civil e de resistência ao regime político predominante.    

Estas dificuldades enfrentadas não impediram que parcelas importantes da sociedade se organizassem em prol de mudanças na sociedade, movimentos advindos do campo popular, dos trabalhadores, mulheres, ambientalistas e tantos outros recortes sociais.

            Esses sujeitos sociais assumiam assim a responsabilidade perante a sociedade, lutando por direitos trabalhistas, políticos e democráticos. Com isso, o retorno da democracia, dos processos eleitorais com participação popular era indispensável ao avanço da sociedade, das políticas públicas e da conquista da liberdade de expressão de um povo que vivia submisso a um modelo antidemocrático.
            Com o declino do poder militar no final dos anos 80 e ascensão da democracia o país passou a viver novos ares, conquistas e mudanças se deram ao longo dos anos permitindo a liberdade fosse eixo basilar, norteando direitos e deveres homogeneizando a sociedade.
            A liberdade deu lugar a todas as formas de expressão, sejam de cunho social ou econômico, o povo além lutar e exigir o cumprimento de seus direitos viu a economia se expandir, adotar um modelo neoliberal que prioriza o privado em detrimento do estatal, que favorece o declínio do que é público, criando barreiras àqueles que não se encaixam num perfil adotado como referencia, como modelo a ser seguido.
            A questão social toma assim novos rumos, agora não se trata apenas de questões referentes à extirpação de direitos políticos mais sim de exclusão social, manipulação do patrimônio publico, crescimento do desemprego alimento por uma política econômica neoliberal que mina os pilares da sociedade civil e trabalhista.
            A gestão da coisa publica se torna elemento fundamental que direciona as reivindicações, o aparelho estatal é questionado, é posto na parede, agora cabe a ele servi a sociedade e não ao poder instituído tendo em vista que é a sociedade civil a protagonista da história de um povo.
            Os Movimentos sociais ao longo da história de nosso país em especial nos anos 90, quando perdeu um pouco de visibilidade na política urbana, devido ao fato da perda de seu poder de pressão direta, os movimentos nas ruas cessaram, um silencio se deu de forma clara.
            Paralelo a isso os movimentos sociais advindos do campo ganhavam espaço, os sem-terra, em especial o MST, se destaca nesse cenário de lutas articuladas, em o discurso tem o papel central, responsável por construir caminhos e destacar figuras sociais representando o povo e as condições de vida destes.
            As ONGs surgem como frutos das mudanças na conjuntura política que se alicerçava, com origens nas antigas caritativas e filantrópicas, mais tarde assume uma outra característica como acrescenta  GOHN (2008):

Nos anos 70-80, as ONGs eram instituições de apoio aos movimentos sociais e populares, estavam por detrás deles na luta contra o regime militar e pela democratização do país. [...] As ONGs eram suportes para a ação dos movimentos. Eram ONGs cidadãs, movimentalistas, militantes. A face movimentalista encobria, nas próprias ONGs, sua outra face, produtiva, geradora de inovações no campo de alternativas às necessidades e demandas sociais.

    Com as mudanças gestadas na sociedade dos anos 90, surgem entidades autodenomidanas como terceiro setor (articuladas à empresas e fundações) ao lado das ONGs, possuem um perfil bem definido, assumindo em muitos casos o papel do Estado perante a sociedade civil, o representando, sendo elo de ligação entre o povo e as políticas públicas.
            É nas transformações que a sociedade contemporânea sem sofrendo que ocorrem os desajustes sociais, e as ações coletivas surgem e reivindicam a participação coletiva para as ações de interesse público.
            Neste contexto, as redes surgem de formas variadas e com participantes diversos, se organizam e possibilitam ações de interesses e valores em defesa de um cidadão plural para a conquista de uma cidadania ampla. As redes se constituem e dão visibilidade social as suas ações mediante a participação em diversos espaços como: Fóruns e redes da sociedade civil, participação nos Conselhos Setoriais, no Orçamento Participativo, participação nas conferencias nacionais e governamentais em parcerias com a sociedade civil organizada, etc.
        As redes são ações coletivas que envolvem estruturas articuladas com a intencionalidade de envolver interações de ideias e influencias de comportamentos, elas podem ser distinguidas a partir dos níveis de relações que se estruturam, que podem ser distribuídas em: redes sociais que são interações que se estruturam em torno de afinidades nos objetivos de suas ações, lutam em comum em torno de uma causa; coletivos em rede que são ações são localizáveis e organizadas em torno de uma temática, ou seja, é uma rede formada a partir de outras redes; e as redes de movimentos sociais que se caracteriza por serem organizações com diversas formas de pensar e agir coletivamente representadas por movimentos sociais que firmam as ações através de lutas pelos interesses coletivos da sociedade civil.
Portanto, em detrimento das politicas neoliberais resultantes do modo de produção capitalista que visa o lucro para manutenção de sua lógica de reprodução, esta devasta e cria condições desumanas de sobrevivência para a população global. Nesta lógica, os direitos dos cidadãos cada vez mais são extintos deixando os cidadãos perplexos diante de tantas injustiças sociais.
Daí surge diversas formas de protestos organizados para enfrentamento dos fatores que geram as desigualdades sociais, a exemplo disto, temos a criação dos movimentos sociais, das ONG’s e das redes que estruturados de formas diferentes, apresentam o mesmo interesse de amenizar os impactos gerados pelas politicas neoliberais.
           

AS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE ONGS, MOVIMENTOS SOCIAIS E REDES.


            As ONGs são instituições organizadas que apresentam sistemas de funcionamento internos informais, são caracterizadas por apresentar uma lógica pouco burocratizada e eficiente para o desenvolvimento de suas ações. Para a sua propagação as mesmas se preocupam com a sua forma de manutenção e sobrevivência institucional.
As ONGs são organizações não-governamentais que atuam sem objetivar fins lucrativos para atendimento o publico carente financeiramente. O foco de atuação das ONGs sempre foi à sociedade civil, pois as mesmas desenvolvem politicas assistencialistas de cunho filantrópico e buscam o desenvolvimento de programas sociais com parcerias de programas internacionais.
            De acordo com o Banco Mundial o campo de atuação das ONGs é determinado a partir de quatro áreas: assistência e bem-estar; desenvolvimento de recursos humanos, capacitação/militância politica, e politicas de amparo e proteção.
            Os movimentos sociais são ações de grupos que se organizam para alcançar mudanças sociais, suas ações são marcadas pelo confronto politico, permeado por tensões sociais, almejam que a sociedade civil participe por meio de manifestações e reivindicações. As lutas são direcionadas pelos valores culturais, políticos e sociais, prevendo transformações nas estruturas politica e social do Estado.
            Os movimentos sociais diferente das ONGs são caracterizados por serem movimentos não institucionalizados, não apresentam exatamente estruturas funcionais, e, uma de suas marcas é a ausência de compromisso com a eficácia operacional do movimento que atuam.
            No contexto das politicas neoliberais os movimentos sociais perdem a sua centralidade as quais apresentavam principalmente na década de 70, foi devido às divergências politico-ideológica, que se assumiu uma linha de militância e de politização da sociedade civil, sendo incompatíveis com os interesses da politica neoliberal.
            As redes são estruturas articuladas e organizadas que influenciam a sociedade civil no exercício de participação social para uma cidadania plena. As redes direcionam os sujeitos para a construção de identidades de participação coletiva.
A partir da análise realizada com os três componentes, as ONGs, os movimentos sociais e as redes que discutimos suas principais diferenças na forma como se organizam para atender as necessidades apresentadas pela sociedade civil.
No entanto, vale salientar que estes se interligam por meio das causas sociais que desenvolvem, tomamos como exemplo os movimentos sociais que se constituem a partir das interações em redes, visando algum tipo de transformação que envolve sujeitos diversificados.
São nas organizações de base ou associativismo localizado que se inclui as ONG’s, os movimentos sociais, como: o movimento dos sem-terra, movimento dos sem-teto, empreendimentos solidários, etc, estas organizações buscam participar das ações em redes para dar visibilidade às causas às quais estão engajados.

Nas organizações de articulação e mediação politica (...) encontram-se os fóruns de representantes das organizações de base e de cidadãos engajados, associações nacionais de ONG’s e terceiro setor, redes interorganizacionais de interesse público e as redes de redes, que buscam se relacionar entre si para o empoderamento da sociedade civil. (Warren, 2006, p.5)


            Diante do exposto, observamos que são nas formas de mediação e no atendimento das demandas da sociedade civil que as ONGs e os movimentos  sociais atuam em redes através da internet, na medida que os encontros presenciais são possíveis a partir da comunicação através dos meios virtuais.


APROXIMAÇÕES CONCLUSIVAS

Na atual conjuntura politica que estamos vivenciando marcado pelas politicas neoliberais, notamos a ausência do estado para as ações sociais da população, o mesmo transfere a responsabilidade para a sociedade civil, responsabilizando a sociedade pela reparação dos conflitos sociais, enquanto ocupasse com o fortalecimento do mercado.
            Em detrimento a estes fatos as ações dos movimentos sociais busca chamar a atenção do Estado para a sua responsabilidade social, como Estado de direito para com a democracia. Mas, os movimentos sociais nos anos 90 perdem sua força politica e se desmobilizam, pois devido às divergências politicas se pregava que os mesmos não estavam habilitados para atuar na sociedade.
            Momento adequado para o crescimento e fortalecimento das ONGs, pois a “nova era” necessitava de novas relações sociais entre estado e sociedade civil, como não trabalham a partir do foco nas militâncias e no rebatimento direto nas politicas, ganhou força quando saiu do aparato dos movimentos sociais construiu seu próprio campo de atuação.
A partir das análises realizadas com as organizações ONGs e movimentos sociais. Percebemos que no processo de globalização o qual estamos vivenciando, o papel das redes é relevante para efetivação do trabalho que é desenvolvido pela as ONGs e movimentos sociais.
Tendo em vista as diversas transformações que a sociedade vem sofrendo é por meio das noticias que são veiculadas cotidianamente no âmbito da politica, que as redes favorecem o encontro dos movimentos sociais e das ONGs, para discutir sobre as demandas e programar ações sociais que “a nova sociedade” apresenta.



REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA


GOHN, Maria da Glória. O Protagonismo da Sociedade Civil Brasileira In: O Protagonismo da Sociedade Civil: Movimentos sociais, ONGs e redes solidárias. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 2008, p. 70- 115.
GOHN, Maria da Glória. “Ongs: a modernidade da participação social na América Latina” In: GADOTTI, Moacir. Os sem terra, ONGs e cidadania: a sociedade civil brasileira na era da globalização. São Paulo: Cortez, 1997. P. 49- 54.
SCHERER-WARREN, Ilse. Das mobilizações às redes de movimentos sociais. REVISTA SOCIEDADE E ESTADO, Brasília, v. 21, 2006, p. 109-130.



[1] Graduanda do 4° ano em serviço social pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB fatimacg2010@bol.com.br
[2] Graduando do 4° ano em serviço social pela Universidade Estadual da Paraíba - UEPB; rrsouzafreire@gmail.com