Na
contemporaneidade o capitalismo vem seguindo, eu diria, um modelo já conhecido
por nós, um “jeito especial de ser”, onde as transformações são sempre imbuídas
de um caráter auto-preservacionista, com o intuito de permanecer sempre vivo e
moderno, acompanhando assim o ritmo de mudança de pensamento e necessidades da
sociedade. O mesmo processo ocorre no mundo do trabalho onde as relações são
sempre redimensionadas e transformadas com o intuito de atender aos interesses
do grande capital que sobrevive através da exploração do trabalho e do
trabalhador.
Com os modelos fordista e toyotista
a forma de produção ganhou uma nova roupagem, o que não quer dizer que o mundo
do trabalho tenha passado por uma transformação favorável ao trabalhador, ele
continuou a ser explorado do mesmo jeito.
Hoje, o que predomina é a produção com
custos cada vez mais baixos; produtos descartáveis com durabilidade reduzida,
incentivando o consumo; exigência do trabalhador multifuncional, “o faz tudo”;
diminuição dos direitos do trabalhador através do crescimento do pagamento da
hora extra e dos contratos de serviços temporários; exploração do trabalho
feminino com o pagamento de salários inferiores aos dos homens; exclusão de
jovens sem experiência e pessoas consideradas velhas para o mercado de
trabalho; inclusão de crianças no mundo trabalhista e o avanço exacerbado do trabalho
social combinado.
Portanto, todas as consequencias
citadas aqui nos levam a concluir que o homem e o que ele possui de muito caro,
que é sua capacidade de produzir bens e serviços necessários a sua
sobrevivência, vem perdendo statos de essencial e colocando-se como
descartável. Nesse sentido há uma descartabilidade não somente do trabalho
humano, mas também do homem em si, o que ele vale para o mercado é o quanto ele
pode produzir e dá de lucro a quem o emprega, se assim, não o fizer, seu destino
ultimo será indefinido.
O trabalho permanece sendo para nós
que dele necessitamos uma dádiva, tendo em vista o grande crescimento do número
de desempregados que forma um exercito de reserva cada dia mais capacitado e
disposto a vender sua força de trabalho com o intuito de sobreviver a selva
moderna.
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