quarta-feira, 20 de junho de 2012

Capitalismo selvagem




Na contemporaneidade o capitalismo vem seguindo, eu diria, um modelo já conhecido por nós, um “jeito especial de ser”, onde as transformações são sempre imbuídas de um caráter auto-preservacionista, com o intuito de permanecer sempre vivo e moderno, acompanhando assim o ritmo de mudança de pensamento e necessidades da sociedade. O mesmo processo ocorre no mundo do trabalho onde as relações são sempre redimensionadas e transformadas com o intuito de atender aos interesses do grande capital que sobrevive através da exploração do trabalho e do trabalhador.

Com os modelos fordista e toyotista a forma de produção ganhou uma nova roupagem, o que não quer dizer que o mundo do trabalho tenha passado por uma transformação favorável ao trabalhador, ele continuou a ser explorado do mesmo jeito.

Hoje, o que predomina é a produção com custos cada vez mais baixos; produtos descartáveis com durabilidade reduzida, incentivando o consumo; exigência do trabalhador multifuncional, “o faz tudo”; diminuição dos direitos do trabalhador através do crescimento do pagamento da hora extra e dos contratos de serviços temporários; exploração do trabalho feminino com o pagamento de salários inferiores aos dos homens; exclusão de jovens sem experiência e pessoas consideradas velhas para o mercado de trabalho; inclusão de crianças no mundo trabalhista e o avanço exacerbado do trabalho social combinado.

Portanto, todas as consequencias citadas aqui nos levam a concluir que o homem e o que ele possui de muito caro, que é sua capacidade de produzir bens e serviços necessários a sua sobrevivência, vem perdendo statos de essencial e colocando-se como descartável. Nesse sentido há uma descartabilidade não somente do trabalho humano, mas também do homem em si, o que ele vale para o mercado é o quanto ele pode produzir e dá de lucro a quem o emprega, se assim, não o fizer, seu destino ultimo será indefinido.

O trabalho permanece sendo para nós que dele necessitamos uma dádiva, tendo em vista o grande crescimento do número de desempregados que forma um exercito de reserva cada dia mais capacitado e disposto a vender sua força de trabalho com o intuito de sobreviver a selva moderna.  



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