Desde os
primórdios o homem é movido por interesses, isto é, tudo que ele faz é imbuído
de segundas intenções. Quando criança, já aprendemos a chorar fazer bico,
verdadeiros espetáculos quando queremos algo, no intuito de alimentar nossas
carências ou receber compensações que nos agrade momentaneamente, seja
fisiologicamente ou emocionalmente.
Com o passar do tempo isso não muda, pelo
contrario, evolui gradativamente. Isso se manifesta na sociedade, por ser ela
composta de membros dotados destes mesmos mecanismos de defesa. A subjetividade
manifesta-se claramente, fugindo da idéia de que o modelo cientifico - racional
é sempre objetivo, e, portanto destituído de qualquer subjetividade aparente.
Dessa forma, percebe-se que este mesmo modelo é imbuído de subjetividade e
objetividade. Muitos dos avanços tecnológicos e científicos humanos tentam dá
uma resposta a sociedade, para as suas necessidades.
No entanto, elas vêm
mascaradas por uma idéia de bem comum, quando na realidade o que conta é o
interesse daquela parcela detentora de tal conhecimento, isto por sua vez vai
gerar bens, principalmente econômicos. Exemplo claro disso, é quando acontecem
descobertas cientificas ligadas a tecnologia ou a saúde, estas são vendidas a
preço de ouro, com uma idéia aparente de bem comum, chegando a sensibilizar,
quando na realidade o que está por traz é o fruto desse investimento – o capital.
É possível ainda destacar dois exemplos práticos desta realidade tão presente
em nossos dias: o surgimento desenfreado de novas religiões fundamentadas na
teologia da prosperidade e da política que passa para os eleitores uma postura
de trabalho em prol do povo, quando o que vemos pela TV é bem diferente deste
discurso. Que o diga o “mensalão” e o escândalo do senado envolvendo Sarney, Demóstenes e cachoeira.
Portanto, não é possível haver uma relação neutra entre as várias faces de
nossa sociedade, desde a ciência, passando pela política e religião, pois como
diz o ditado popular “de boas intenções o inferno está cheio”, ou seja, aquilo
que se apresenta como verdade nem sempre é confirmado nas entrelinhas.
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