O
crescimento dos serviços sociais no século XX se dá devido à maior participação
dos novos membros da sociedade, ou seja, os cidadãos igualados pela lei. Surge à
escola primária pública e o Estado ganha espaço frente à sociedade civil
proporcionando uma divergência entre o discurso da igualdade social e política
e a classe majoritária representada pelo Estado e os grandes capitalistas. As
riquezas produzidas vão se transformar em salários rendas e impostos que
alimentam a máquina e posteriormente volta para a população em forma de
serviços e benefícios – salário indireto, expressão dos direitos sociais.
O
Estado detentor desta ferramenta passa a cuidar de seus súditos comportando-se
como um novo coronel, a ideologia capitalista é imposta aos trabalhadores. A
profissão de Serviço Social passa a ser uma arma de difusão do modelo
dominante, quando deveria intervir e mediar os interesses das classes menos
favorecidas. Os interesses do capital são estabelecidos pelo “pacto de
dominação”, onde a mediação do profissional é questionada, o seu caráter
político é subordinado ao sistema.
Com o crescimento do Estado e burocratização
das atividades, o discurso dos profissionais passa a imagem de neutralidade
política e social, destituído de interesses manipuladores do poder. Para
sobreviver nesse modelo o trabalhador vende sua força de trabalho em troca de
um salário, e com isso suas necessidades básicas são supridas, e sua existência
se transforma em riqueza para os capitalistas, alimentados pela mais-valia.
Auxiliado pelos serviços sociais os níveis de produção aumentam, o exercito de
reserva cresce e consequentemente a competição gera a redução de salários.
O
capitalismo impõe seu modelo de produzir e de pensar na vida social, com isso o
profissional é chamado a ser “fiscalizador da pobreza”, a persuadir e levar o
usuário a aceitar as normas do órgão, a partir da analise dos aspectos
particulares da classe trabalhadora, da sua privacidade.
Assim, conhecendo sua
vida, o Assistente Social passa a ser um filantropo, um bem feitor a serviço do
Estado e de sua ideologia. Os avanços tecnológicos na produção, perda de espaço
no processo de trabalho, uso da ciência na produção e a desqualificação do
trabalho reduzem a importância do trabalhador frente à máquina. Isso leva a
necessidade de uma reorientação da prática social para atender aos interesses da
classe majoritária- os trabalhadores. Uma nova leitura da história do Serviço
Social, do seu engajamento político e religioso é feita no presente
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