quinta-feira, 7 de junho de 2012

A PARTICIPAÇÃO SOCIAL COMO PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA.




            O discurso da participação marcou os anos 90, impulsionado pelas transformações ocorridas na sociedade, que tentava romper com um passado ainda recente de centralização e autoritarismo ditatorial. Busca-se agora uma participação social e democrática, em que as decisões e ações devem ser tomadas em conjunto, sociedade civil e Estado. O diálogo e a negociação são abertos, o que contribui para proliferação dos movimentos, associações, federação de moradores, conselhos populares, fóruns e plenárias compostas por membros da sociedade civil, principais atores destas transformações.

            Nesse processo, o eixo central tornou-se a busca do “direito de ter direitos”, de participar do planejamento e da tomada de decisões, conhecer os atos a serem postos como norteadores das políticas públicas. Mudanças são percebidas nas áreas dos direitos da criança com a criação do Estatuto da Criança e o Adolescente (ECA) e na assistência social com a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Com elas tenta-se romper com as marcas paternalistas e clientelistas dando um caráter universal e democrático as políticas públicas.

            A participação cidadã e a participação social passam se pautar na sociedade, na universalização dos direitos sociais, impulsionando estruturas representativas, compostas por membros da esfera civil e pública, introduzindo uma idéia de cultura cívica, em que as comunidades são chamadas a serem atuantes, contribuindo com seu com seu melhor.

            Nessa perspectiva os espaços são disputados, os questionamentos surgem, coloca-se com eixo a gestão participativa, a co-gestão, com o intuito de romper com o modelo centralizador do passado, favorecendo o acesso da população ao processo de tomada de decisões, tirando aquela idéia de que a sociedade civil é apenas a beneficiária e o Estado o promotor do desenvolvimento social.

            Sendo assim, torna-se possível uma participação mais direta, o cidadão passa a ser visto como um ator político e consciente, um agente participante não mais um expectador das ações estatais.

            Esse processo fortaleceu as mudanças institucionais, a gestão da coisa pública, tornando a participação social indispensável, pois ela favorece a demanda e a interação entre as partes que compõe a sociedade e consequentemente os modelos e atos ligados à gestão. 

                     

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