PERSPECTIVAS ECONOMICAS
PARA A ECONOMIA BRASILEIRA
Rogério
Rodrigues de Souza Freire[1]
Adairly Sousa Santos
Dayane
Almeida Dias
Deise Egito dos Santos
Valéria da
Silva Barboza
RESUMO
1- A economia brasileira nos
anos 2000.
No final do
mandato de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil estava passando por um período
de crescimento econômico impulsionado pelo sucesso do plano real e conseqüente
estabilidade econômica, a inflação caia gradativamente, a população passava a
ter acesso a bens antes nunca experimentados, os preços das mercadorias já não
aumentavam na mesma velocidade, isto impulsionava o comércio, aumentando as
vendas, possibilitando aberturas de um maior número de vagas de emprego tanto
temporários como de carteira assinada em todos os setores, além disso, a
indústria passou a exportar mais, tendo em vista que nossos produtos passaram a
ter melhor qualidade e oferecer maior confiança já que nossa economia estava
ganhando confiança.
A
valorização do real frente ao dólar deixava a população entusiasmada, dando um
novo gás ao mercado consumidor, pois os consumidores não tinham mais medo de
chegar num supermercado no outro dia e perceber que determinado produto teve um
aumento de 15%, 20% em apenas algumas horas. O preço e a qualidade da cesta
básica tornaram-se acessíveis a um número maior de famílias que vivem com um
salário mínimo.
Em 2002, o
Brasil se preparava para uma mudança importe, era ano de sucessão eleitoral PT
e PSDB disputavam a preferência da população e de forma mais especifica do
grande capital que buscava uma força maior para continuar crescendo, de um lado
um ministro reconhecidamente capaz que fez um grande trabalho a frente do
Ministério da Saúde e do outro um sindicalista considerado pela mídia um homem
radical, sem formação acadêmica e, além disso, nordestino. Aqui residia um
grande embate, confiar em um trabalho já reconhecido ou arriscar todas as
fichas. A mudança de posicionamento do nordestino deu certo, em fim conseguiu
ser eleito, criando com isso muitas expectativas sobre seu governo, o que passo
a passo se confirmou, dando impulsividade a todos os setores da sociedade
brasileira, aqui ressaltamos o social e o econômico, principais responsáveis
pelo reconhecimento lá fora do poder de crescimento do Brasil.
O medo do
setor econômico foi sendo combativo com uma economia mais solida capaz de
favorecer a todos, principalmente o grande capital que temia as idéias
sindicalistas do novo presidente, a desvalorização do nosso poder de compra e
venda, temia também o enfraquecimento das relações internacionais com países
anteriormente parceiros, o que com o passar do tempo foi se fortificando ainda
mais, constata-se pelo número de viagens internacionais feitas nos primeiros
anos de seu governo. Portanto, vivia-se uma lua de mel entre governo e
sociedade, os pobres alimentados pelas bolsas e os ricos pelo poder de consumo
crescente.
Com o
escândalo do mensalão a popularidade de Lula já não era a mesma, toda a cúpula
do seu partido envolvida ameaçava o entusiasmo do país e consequentemente o
mercado especulativo, fato que ofuscaria sua vitória. Após a reeleição Lula,
através da Revista Bovespa[2]
questiona os economistas: como deverá estar a economia brasileira em 2010, no
final do segundo mandato. Foram ouvidos vários economistas entre eles
destacamos Luiz Gonzaga Belluzo, da Unicamp e ex-secretário de Política
Econômica do Ministério da Fazenda que afirma: “O principal receio em relação à
situação da economia brasileira nos próximos anos é que o País chegue a 2010
com “mais do mesmo” – ou seja, que o medo de realizar mudanças mantenha o
Brasil “patinando”, sem crescimento efetivo”. Entende-se com isso que já em
2006 era percebida a necessidade de mudanças rápidas na economia, tinha-se que ousar,
buscar crescer efetivamente, em todos os setores responsáveis por alimentar a
economia brasileira, de forma estratégica e eficaz, tentando sanar as
deficiências surgidas a cada crise econômica, tendo em vista que o Capitalismo
se renova a cada crise, acontecendo assim uma “metamorfose”, novas estratégias
são criadas para que a estrutura vigente não sucumba e isso é feito com
criatividade e ousadia. É nessa ótica que Belluzo ratifica “É até compreensível
que o presidente Lula seja cauteloso em relação à estratégia para a economia,
mas o País não pode continuar a crescer em níveis tão modestos”. Sendo assim,
se o capitalismo fosse modesto e praticante das virtudes teologais ele não
estaria no patamar que estar, se reinventando a cada dia.
Interessante
destacar que Belluzo não tinha bola de cristal para adivinhar o que iria
ocorrer anos mais tarde e que ele não foi o único a falar isto, no entanto,
analisando dados do IBGE[3]
sobre o Produto Interno Bruto Brasileiro, constata-se que desde 1990 o Brasil
não teve uma taxa de crescimento significativa, isto é, não houve muita
evolução nos percentuais, ou em valores absolutos. Mais uma vez trazemos a fala
de Belluzo: “para que o crescimento pretendido, entre 5% e 6% ao ano, não se
torne muito mais um sonho do que uma possibilidade concreta”. Aqui, vemos que
os dados por nós estudados comprovam que esta possibilidade concreta de 5% e 6%
é quase intransponível, parou no tempo como numa escala que só se vai 0 a 6, onde é louvável se
chegar tais resultados, e, portanto, estes devem ser considerados
satisfatórios. Essa satisfação por certo se dá pela comparação das taxas medias
de crescimento entre os períodos de 2001-2009 (PIB 3,20 e PIB per capita de
1,93) com 1981-1990 (PIB 1,57 e PIB per capita de -0,56), no entanto, se essa
comparação for feita com o período de 1961-1970 (PIB 6,17 e PIB per capita de
3,19) e 1971-1980(PIB 8,63 e PIB per capita de 6,04) segundo estimativa do
Banco Central, esses resultados não são tão expressivos assim como os veículos
de comunicação tentam nos convencer.
Em
entrevista no dia 24 de dezembro de 2009 para O Estadao[4],
o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto disse “o próximo presidente precisa
investir em tecnologia para que a economia brasileira seja de baixo carbono Para o Brasil crescer com vigor e desenvolvimento social a
partir de 2010, o novo presidente da República precisa elevar os investimentos
em tecnologia, sobretudo em energia não fóssil. Também é urgente que reforme a
Previdência” e diz ainda que “acredita que o Produto Interno Bruto (PIB)
crescerá de 5% a 6% em 2010 e ironiza os analistas que apostam na alta dos juros.
Essa última
aposta ele perdeu, no dia 09 de junho 2010 o Conselho Monetário nacional (COPOM) [5]
elevou as taxa básica de juros para 10,25%, senda
alta consecutiva neste ano, essa elevação da taxa básica de juros
anunciada pelo Governo é maior do que a dos Estados
Unidos cerca de 10%, isso torna muito lucrativo para os grandes investidores,
ganha-se muito investir capital no Brasil já que as taxas de juros aqui trarão
mais lucro do que em qualquer parte do
mundo tendo em vista que somos campeões nesse item.
Com a alta
dos juros o governo espera impedir que a inflação cresça em números não controláveis
fazendo com que o país volte aos anos de corrida aos supermercados durante a
madrugada. Este portanto, é um medo sempre presente na cabeça de todos aqueles que vivenciaram tal momento
histórico, algo que deve ser esquecido, um passado sombrio. Por outro lado o
Governo tem uma meta a cumprir em relação a inflação que desde 2005 é de 4,5%, meta
ultrapassada nos dois primeiros meses desse ano, segundo dados divulgados em
março pelo Banco Central do Brasil atingindo 4,52%[6],
tendo projeção estimada de 5,2% para o ano. É Importante ressaltar que a
economia brasileira vem se recuperando da crise de setembro de 2008,
impulsionada pela redução do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados e
pelo crescimento do setor de serviços segundo esse mesmo relatório.
Nessa mesma
linha de projeções os indicadores econômicos para este de 2010, segundo dados
do IBGE vão ao encontro das expectativas trazidas por Delfim, cerca de 6,3 em
2010 e 6,5 para 2011, o que seria algo “mágico”, “maravilhoso”, tendo em vista
que a escala dos 6,0 seria ultrapassada, poderíamos crescer bem mais do estes
percentuais e consequentemente elevar os investimentos em saúde, moradia,
educação e lazer, elementos essenciais para que um país possa crescer em
qualidade de vida. Pelo menos é o que garante a Constituição Brasileira, isto
no papel, pois que vemos na realidade é bem diferente, a distribuição de renda
no país é muito desigual, um exemplo claro disso é que em 2009 o PIB chegou a
R$ 3.143.014,70 (em milhões), com uma população estimada em de 191.481 (em mil),
o que nos leva a constatar que esse dinheiro não é dividido de forma
igualitária, continuamos a ter pobreza e miséria em nosso país. Portanto, em
termos capitais não somos pobres, mas sim esquecidos pelo sistema que nos
ignora e nos impede de usarmos o “enorme” salário mínimo que temos apenas para
alimentação e vestuário, tendo que direcioná-lo para fins outros, que aquela
Constituição garante.
2. Considerações
finais
Tanto
Belluzo como Delfim, em suas falas não trouxeram muitas novidades, basta
analisar os dados sobre os indicadores econômicos dos países em desenvolvimento
fornecidos pelo IBGE de 2006-2009, que percebemos que esses países ainda importam
mais do que exportam, o que sugere que o investimento em tecnologia ainda não é
o esperado e o necessário para que seja possível concorrer com os produtos
advindos de países onde a carga tributaria é baixa e a mão-de-obra é barata,
como por exemplo a China e países que investem muito em tecnologia como o Japão,
reconhecido internacionalmente por seu poder tecnológico e cientifico.
Não basta
somente investir em tecnologia para que um país como o nosso cresça e cresça
com qualidade, faz-se necessário um desenvolvimento social, com políticas
públicas voltadas para o cidadão, o alimentando em suas necessidades
primordiais, tais como saúde de qualidade onde os pacientes não precisem ficar
em filas e listas intermináveis; uma educação igualitária, onde não haja
necessidade de cotas, que discriminam mais do que incluem, separa e divide
raças, criando embates sociais enormes, onde a cor da pele vai ditar as regras
e não o conhecimento e a capacidade de cada um; habitação para todos, onde as
pessoas possam morar de forma digna, retirando assim mendigos e sem tetos das
ruas e principalmente criar condições de trabalho para a população socialmente
ativa e não a alimentando com bolsas e bolsa
É, portanto um grande desafio para qualquer
sociedade combinar desenvolvimento econômico com políticas sócias, investimento
em ciência e tecnologia com crescimento em postos de trabalho, capitalismo
desenfreado com meio ambiente. Este último por suas vez agoniza, devido ao mau
uso que o homem faz da natureza, retirando extraindo dela elementos essenciais
ao
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