sexta-feira, 25 de maio de 2012

PERSPECTIVAS ECONÔMICAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA






PERSPECTIVAS ECONOMICAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA


Rogério Rodrigues de Souza Freire[1] 
Adairly Sousa Santos
Dayane Almeida Dias
Deise Egito dos Santos
Valéria da Silva Barboza


RESUMO


1-    A economia brasileira nos anos 2000.

No final do mandato de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil estava passando por um período de crescimento econômico impulsionado pelo sucesso do plano real e conseqüente estabilidade econômica, a inflação caia gradativamente, a população passava a ter acesso a bens antes nunca experimentados, os preços das mercadorias já não aumentavam na mesma velocidade, isto impulsionava o comércio, aumentando as vendas, possibilitando aberturas de um maior número de vagas de emprego tanto temporários como de carteira assinada em todos os setores, além disso, a indústria passou a exportar mais, tendo em vista que nossos produtos passaram a ter melhor qualidade e oferecer maior confiança já que nossa economia estava ganhando confiança.
A valorização do real frente ao dólar deixava a população entusiasmada, dando um novo gás ao mercado consumidor, pois os consumidores não tinham mais medo de chegar num supermercado no outro dia e perceber que determinado produto teve um aumento de 15%, 20% em apenas algumas horas. O preço e a qualidade da cesta básica tornaram-se acessíveis a um número maior de famílias que vivem com um salário mínimo.
Em 2002, o Brasil se preparava para uma mudança importe, era ano de sucessão eleitoral PT e PSDB disputavam a preferência da população e de forma mais especifica do grande capital que buscava uma força maior para continuar crescendo, de um lado um ministro reconhecidamente capaz que fez um grande trabalho a frente do Ministério da Saúde e do outro um sindicalista considerado pela mídia um homem radical, sem formação acadêmica e, além disso, nordestino. Aqui residia um grande embate, confiar em um trabalho já reconhecido ou arriscar todas as fichas. A mudança de posicionamento do nordestino deu certo, em fim conseguiu ser eleito, criando com isso muitas expectativas sobre seu governo, o que passo a passo se confirmou, dando impulsividade a todos os setores da sociedade brasileira, aqui ressaltamos o social e o econômico, principais responsáveis pelo reconhecimento lá fora do poder de crescimento do Brasil.
O medo do setor econômico foi sendo combativo com uma economia mais solida capaz de favorecer a todos, principalmente o grande capital que temia as idéias sindicalistas do novo presidente, a desvalorização do nosso poder de compra e venda, temia também o enfraquecimento das relações internacionais com países anteriormente parceiros, o que com o passar do tempo foi se fortificando ainda mais, constata-se pelo número de viagens internacionais feitas nos primeiros anos de seu governo. Portanto, vivia-se uma lua de mel entre governo e sociedade, os pobres alimentados pelas bolsas e os ricos pelo poder de consumo crescente.
Com o escândalo do mensalão a popularidade de Lula já não era a mesma, toda a cúpula do seu partido envolvida ameaçava o entusiasmo do país e consequentemente o mercado especulativo, fato que ofuscaria sua vitória. Após a reeleição Lula, através da Revista Bovespa[2] questiona os economistas: como deverá estar a economia brasileira em 2010, no final do segundo mandato. Foram ouvidos vários economistas entre eles destacamos Luiz Gonzaga Belluzo, da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda que afirma: “O principal receio em relação à situação da economia brasileira nos próximos anos é que o País chegue a 2010 com “mais do mesmo” – ou seja, que o medo de realizar mudanças mantenha o Brasil “patinando”, sem crescimento efetivo”. Entende-se com isso que já em 2006 era percebida a necessidade de mudanças rápidas na economia, tinha-se que ousar, buscar crescer efetivamente, em todos os setores responsáveis por alimentar a economia brasileira, de forma estratégica e eficaz, tentando sanar as deficiências surgidas a cada crise econômica, tendo em vista que o Capitalismo se renova a cada crise, acontecendo assim uma “metamorfose”, novas estratégias são criadas para que a estrutura vigente não sucumba e isso é feito com criatividade e ousadia. É nessa ótica que Belluzo ratifica “É até compreensível que o presidente Lula seja cauteloso em relação à estratégia para a economia, mas o País não pode continuar a crescer em níveis tão modestos”. Sendo assim, se o capitalismo fosse modesto e praticante das virtudes teologais ele não estaria no patamar que estar, se reinventando a cada dia.   
Interessante destacar que Belluzo não tinha bola de cristal para adivinhar o que iria ocorrer anos mais tarde e que ele não foi o único a falar isto, no entanto, analisando dados do IBGE[3] sobre o Produto Interno Bruto Brasileiro, constata-se que desde 1990 o Brasil não teve uma taxa de crescimento significativa, isto é, não houve muita evolução nos percentuais, ou em valores absolutos. Mais uma vez trazemos a fala de Belluzo: “para que o crescimento pretendido, entre 5% e 6% ao ano, não se torne muito mais um sonho do que uma possibilidade concreta”. Aqui, vemos que os dados por nós estudados comprovam que esta possibilidade concreta de 5% e 6% é quase intransponível, parou no tempo como numa escala que só se vai 0 a 6, onde é louvável se chegar tais resultados, e, portanto, estes devem ser considerados satisfatórios. Essa satisfação por certo se dá pela comparação das taxas medias de crescimento entre os períodos de 2001-2009 (PIB 3,20 e PIB per capita de 1,93) com 1981-1990 (PIB 1,57 e PIB per capita de -0,56), no entanto, se essa comparação for feita com o período de 1961-1970 (PIB 6,17 e PIB per capita de 3,19) e 1971-1980(PIB 8,63 e PIB per capita de 6,04) segundo estimativa do Banco Central, esses resultados não são tão expressivos assim como os veículos de comunicação tentam nos convencer.
Em entrevista no dia 24 de dezembro de 2009 para O Estadao[4], o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto disse “o próximo presidente precisa investir em tecnologia para que a economia brasileira seja de baixo carbono Para o Brasil crescer com vigor e desenvolvimento social a partir de 2010, o novo presidente da República precisa elevar os investimentos em tecnologia, sobretudo em energia não fóssil. Também é urgente que reforme a Previdência” e diz ainda que “acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá de 5% a 6% em 2010 e ironiza os analistas que apostam na alta dos juros.
Essa última aposta ele perdeu, no dia 09 de junho 2010 o Conselho Monetário nacional (COPOM) [5] elevou as taxa básica de juros para 10,25%, senda alta consecutiva neste ano, essa elevação da taxa básica de juros anunciada pelo Governo é maior do que a dos Estados Unidos cerca de 10%, isso torna muito lucrativo para os grandes investidores, ganha-se muito investir capital no Brasil já que as taxas de juros aqui trarão mais  lucro do que em qualquer parte do mundo tendo em vista que somos campeões nesse item.
Com a alta dos juros o governo espera impedir que a inflação cresça em números não controláveis fazendo com que o país volte aos anos de corrida aos supermercados durante a madrugada. Este portanto, é um medo sempre presente na cabeça de  todos aqueles que vivenciaram tal momento histórico, algo que deve ser esquecido, um passado sombrio. Por outro lado o Governo tem uma meta a cumprir em relação a inflação que desde 2005 é de 4,5%, meta ultrapassada nos dois primeiros meses desse ano, segundo dados divulgados em março pelo Banco Central do Brasil atingindo 4,52%[6], tendo projeção estimada de 5,2% para o ano. É Importante ressaltar que a economia brasileira vem se recuperando da crise de setembro de 2008, impulsionada pela redução do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados e pelo crescimento do setor de serviços segundo esse mesmo relatório.      
Nessa mesma linha de projeções os indicadores econômicos para este de 2010, segundo dados do IBGE vão ao encontro das expectativas trazidas por Delfim, cerca de 6,3 em 2010 e 6,5 para 2011, o que seria algo “mágico”, “maravilhoso”, tendo em vista que a escala dos 6,0 seria ultrapassada, poderíamos crescer bem mais do estes percentuais e consequentemente elevar os investimentos em saúde, moradia, educação e lazer, elementos essenciais para que um país possa crescer em qualidade de vida. Pelo menos é o que garante a Constituição Brasileira, isto no papel, pois que vemos na realidade é bem diferente, a distribuição de renda no país é muito desigual, um exemplo claro disso é que em 2009 o PIB chegou a R$ 3.143.014,70 (em milhões), com uma população estimada em de 191.481 (em mil), o que nos leva a constatar que esse dinheiro não é dividido de forma igualitária, continuamos a ter pobreza e miséria em nosso país. Portanto, em termos capitais não somos pobres, mas sim esquecidos pelo sistema que nos ignora e nos impede de usarmos o “enorme” salário mínimo que temos apenas para alimentação e vestuário, tendo que direcioná-lo para fins outros, que aquela Constituição garante.

2. Considerações finais
      
Tanto Belluzo como Delfim, em suas falas não trouxeram muitas novidades, basta analisar os dados sobre os indicadores econômicos dos países em desenvolvimento fornecidos pelo IBGE de 2006-2009, que percebemos que esses países ainda importam mais do que exportam, o que sugere que o investimento em tecnologia ainda não é o esperado e o necessário para que seja possível concorrer com os produtos advindos de países onde a carga tributaria é baixa e a mão-de-obra é barata, como por exemplo a China e países que investem muito em tecnologia como o Japão, reconhecido internacionalmente por seu poder tecnológico e cientifico.
Não basta somente investir em tecnologia para que um país como o nosso cresça e cresça com qualidade, faz-se necessário um desenvolvimento social, com políticas públicas voltadas para o cidadão, o alimentando em suas necessidades primordiais, tais como saúde de qualidade onde os pacientes não precisem ficar em filas e listas intermináveis; uma educação igualitária, onde não haja necessidade de cotas, que discriminam mais do que incluem, separa e divide raças, criando embates sociais enormes, onde a cor da pele vai ditar as regras e não o conhecimento e a capacidade de cada um; habitação para todos, onde as pessoas possam morar de forma digna, retirando assim mendigos e sem tetos das ruas e principalmente criar condições de trabalho para a população socialmente ativa e não a alimentando com bolsas e bolsa
É, portanto um grande desafio para qualquer sociedade combinar desenvolvimento econômico com políticas sócias, investimento em ciência e tecnologia com crescimento em postos de trabalho, capitalismo desenfreado com meio ambiente. Este último por suas vez agoniza, devido ao mau uso que o homem faz da natureza, retirando extraindo dela elementos essenciais ao          



[1] Alunos graduandos em Serviço Social do 1º ano da UEPB.
[3] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica.
[4] http://www.estadao.com.br
[5] Comitê de Política Monetária.
[6] http://www.bcb.gov.br/Pec/metas/TabelaMetaseResultados.

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