A NATUREZA DA LIBERDADE EM SANTO AGOSTINHO
RESUMO
O nosso estudo versa sobre a
liberdade em Santo Agostinho, que tem como princípio e fim o Criador. Ao criar
o homem, Deus infundiu em seu coração o desejo de fazer somente o bem,
dando-lhe porém a liberdade de obedecê-lo ou não. Ao desobedecer, o primeiro
homem, Adão, optou livremente por não seguir as ordens de Deus e assim, sua
vontade declinou de um estado perfeito para um estado de pecado e de vícios.
Desse modo, o homem passou a ser dominado pelos desejos desmedidos, que por sua
vez só podem ser combatidos pelas virtudes cardeais: fortaleza, temperança,
justiça e prudência. Neste combate o homem terá a possibilidade de recuperar
aquilo que fora manchado pela atitude de Adão. Para tanto, a razão funciona
como luz que ilumina a mente desvendando as verdades e desejos do coração. Com
isso a mente caminha iluminada pela sabedoria, esta por sua vez fornece a
maturidade diante dos desejos. O homem cultivando a sabedoria terá a chance de
traçar os caminhos da liberdade com mais segurança e responsabilidade. Para
auxiliá-lo neste trajeto o Criador deu-lhe a ajuda da graça, a qual o guia e
fortalece, para que assim ele possa desejar o bem, aquilo que o faz realmente
feliz e livre. Isto, segundo Agostinho, só é possível com a ajuda divina, pois
sozinho ele não consegue desejar e realizar em suas ações somente o bem. A
graça, portanto, fortalece a vontade, inibe os desejos desregrados fazendo com
que o homem desfrute dos bens terrenos sem ser a eles submisso, ou seja, sem
ser por eles escravizadas, ao ponto de abandonar o reto agir. Contudo, esta
liberdade torna-se plena quando o homem vive segundo a Verdade, que o conduz e
planifica o querer humano, sem dúvida é Deus. Nele, é possível viver com
liberdade, desejando somente o bem, renunciando ao pecado e ainda participando
da impecabilidade divina, não podendo e desejando mais pecar. Neste caso, o bem
se torna tão infuso em sua alma que ele se sente totalmente livre para viver
entres os homens na presença do seu Criador. Percebemos que, a sua liberdade de
escolha não é deixada de lado, mas auxiliada a buscar o bem. Portanto, a
liberdade procede de Deus como todos os outros bens e nele tem seu fim, sua
plenitude.
PALAVRAS CHAVE: LIBERDADE – GRAÇA – DEUS
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