As relações sociais
IAMAMOTO, Marilda Vilela;
CARVALHO, Raul de. O Serviço social no Processo de Reprodução das Relações Sociais.
IN- Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: Esboço de uma interpretação
histórico-metodológica. p. 89-121. 26. Ed. São Paulo, Cortez. 2009.
O crescimento dos serviços
sociais no século XX se dá devido à maior participação dos novos membros da sociedade,
ou seja, os cidadãos igualados pela lei. Surge à escola primária pública e o
Estado ganha espaço frente à sociedade civil proporcionando uma divergência
entre o discurso da igualdade social e política e a classe majoritária
representada pelo Estado e os grandes capitalistas. As riquezas produzidas vão
de transformar em salários rendas e impostos que alimentam a máquina e
posteriormente volta para a população em forma de serviços e benefícios –
salário indireto, expressão dos direitos sociais. O Estado detentor desta
ferramenta passa a cuidar de seus súditos comportando-se como um novo coronel,
a ideologia capitalista é imposta aos trabalhadores. A profissão de Serviço
Social passa a ser uma arma de difusão do modelo dominante, quando deveria intervir
e mediar os interesses das classes menos favorecidas. Os interesses do capital
são estabelecidos pelo “pacto de dominação”, onde a mediação do profissional é
questionada, o seu caráter político é subordinado ao sistema. Com o crescimento
do Estado e burocratização das atividades, o discurso dos profissionais passa a
imagem de neutralidade política e social, destituído de interesses
manipuladores do poder. Para sobreviver nesse modelo o trabalhador vende sua
força de trabalho em troca de um salário, e com isso suas necessidades básicas
são supridas, e sua existência se transforma em riqueza para os capitalistas,
alimentados pela mais-valia. Auxiliado pelos serviços sociais os níveis de
produção aumentam, o exercito de reserva cresce e consequentemente a competição
gera a redução de salários. O capitalismo impõe seu modelo de produzir e de
pensar na vida social, com isso o profissional é chamado a ser “fiscalizador da
pobreza”, a persuadir e levar o usuário a aceitar as normas do órgão, a partir
da analise dos aspectos particulares da classe trabalhadora, da sua
privacidade. Assim, conhecendo sua vida, o Assistente Social passa a ser um
filantropo, um bem feitor a serviço do Estado e de sua ideologia. Os avanços
tecnológicos na produção, perda de espaço no processo de trabalho, uso da
ciência na produção e a desqualificação do trabalho reduzem a importância do
trabalhador frente à máquina. Isso leva a necessidade de uma reorientação da
prática social para atender aos interesses da classe majoritária- os trabalhadores.
Uma nova leitura da história do Serviço Social, do seu engajamento político e
religioso é feita no presente.
Palavras chave: Estado,
Trabalhador, Assistente Social.
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