sexta-feira, 12 de outubro de 2012

ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DE KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS PARA AS LUTAS SOCIAIS: parte 3



            

              APROXIMAÇÕES CONCLUSIVAS

Diante de tudo que aqui foi exposto sobre o pensamento de Marx cabe-nos algumas refutações a cerca de sua contribuição intelectual inovadora para época. Tendo em vista que o que escreveu foi sim uma nova visão de homem, de trabalho e de sociedade, isto não quer dizer que tenha sido a mais correta, mas que trouxe um ponto de relevante importância para o meio social e intelectual.
Ele pregou uma sociedade utópica e inexistente, um mundo ideal, ao vislumbrar a mesma sem o Estado, o sistema capitalista e os modos de produção existente. Um sistema que não se sabe claramente qual seria, pois com a derrocada do capitalismo milhões de pessoas estariam destruídos, sem rumo, verdadeiros fantasmas vivos.
Este novo modelo poderia ser uma versão melhorada do socialismo d e do comunismo implantados em alguns países ou ainda uma humanização do capitalismo vigente, em que o homem seria o centro e não a acumulação e o enriquecimento dos grandes capitalistas a razão de sua existência. Mas penso eu com certeza que essa nova proposta seria o céu aqui na terra em que os homens viveriam sem ganância, poder, exploração, numa irmandade digna de um sentimento tão profundo de sobrevivência pura e sem destruição.
Estes sentimentos não seriam os religiosos é claro, pois a religião na opinião de Marx seria o ópio, capaz de retirar a verdadeira noção do real, ou do imaginário que insiste em si tornar realidade.
O humanismo marxista esbarra na trajetória vivida por ele, tendo em vista que enquanto buscava colocar o homem no centro, dignificá-lo, sua família padecia por seu descaso e constante busca de divulgar e defender seus pensamentos e ideias, ao ponto de ele mesmo reconhecer sua falha em permitir que os seus padecessem sofrimentos irreparáveis ao longo da vida.
Somos produtos da realidade histórica e de suas transformações dinâmicas, não somos meros arcabouços teóricos, em que a regra de um sistema todo ele coerente é capaz de dá respostas claras e objetivas.
Pensar uma realidade tão distante de nossos olhos nos leva a perceber que o utópico sempre esbarra na pratica, pois alimentamos sistemas, sonhos e paradigmas, construímos ideologias com o objetivo de sanar nossas deficiências de compreensão do mundo. Com isso esquecemos que tudo que existe é fruto sim de uma racionalidade estratégica e gananciosa.
Quando questionamos o capitalismo e suas manipulações, damos a ele um papel que não lhe cabe, o colocamos como criador de todas as miserabilidades existentes. É ele quem cria rege e transforma as regras de sobrevivência da sociedade.
Eu diria que tudo isso não passa de uma invenção teórica mal infundada, que tenta tirar do homem seu papel de agente transformador da realidade, que a todo custo refaz o que está posto de acordo com seu bel prazer. Não é o capitalismo que destrói o homem e sim é o homem que usa o capitalismo para se destruir de forma clara e consciente, assinando um atestado de plena colaboração para seu fim ultimo.
Para mim Marx foi um homem comum que tentou discutir temas relevantes para época e que alguns deles ainda se aplicam aos dias atuais, principalmente no que tange a capacidade de metamorfose do capitalismo. Já como homem deixou a desejar por sua postura alienada e destituída de sentimentos como caridade e respeito principalmente aos seus que padeciam ao seu por uma causa que não era sua.
Em quanto Marx escrevia e questionava a sociedade, o seu mundo desmoronava, pois a incompetência de ser sustentado durante grande parte de sua vida pelo seu amigo Engels, que bancava uma vida de leituras e noites debruçadas em livros e tintas era nítida. 
Sendo assim, é bastante conveniente criticar o capitalismo, o Estado e todo o sistema vigente, enquanto se tem alguém que banque uma vida de estudos e produções acadêmicas. Não precisando enfrentar os dias sombrios de trabalho em condições indesejadas e desfavoráveis a saúde.
A critica dessa forma flui suavemente, destituída de qualquer cansaço, livre acima de tudo sem amarras ideológicas, capaz assim de fazer um percurso itinerante entre o bem e o mal, o rico e o pobre, entre o real e o utópico sem compromisso com a práxis da vida cotidiana.
           O grito fluirá com força e vontade, sem medo de faltar o pão e o leite da mesa: “operários do mundo todo uni-vos”.

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