APROXIMAÇÕES
CONCLUSIVAS
Diante
de tudo que aqui foi exposto sobre o pensamento de Marx cabe-nos algumas
refutações a cerca de sua contribuição intelectual inovadora para época. Tendo
em vista que o que escreveu foi sim uma nova visão de homem, de trabalho e de
sociedade, isto não quer dizer que tenha sido a mais correta, mas que trouxe um
ponto de relevante importância para o meio social e intelectual.
Ele
pregou uma sociedade utópica e inexistente, um mundo ideal, ao vislumbrar a
mesma sem o Estado, o sistema capitalista e os modos de produção existente. Um
sistema que não se sabe claramente qual seria, pois com a derrocada do
capitalismo milhões de pessoas estariam destruídos, sem rumo, verdadeiros fantasmas
vivos.
Este
novo modelo poderia ser uma versão melhorada do socialismo d e do comunismo
implantados em alguns países ou ainda uma humanização do capitalismo vigente,
em que o homem seria o centro e não a acumulação e o enriquecimento dos grandes
capitalistas a razão de sua existência. Mas penso eu com certeza que essa nova
proposta seria o céu aqui na terra em que os homens viveriam sem ganância,
poder, exploração, numa irmandade digna de um sentimento tão profundo de
sobrevivência pura e sem destruição.
Estes
sentimentos não seriam os religiosos é claro, pois a religião na opinião de
Marx seria o ópio, capaz de retirar a verdadeira noção do real, ou do
imaginário que insiste em si tornar realidade.
O
humanismo marxista esbarra na trajetória vivida por ele, tendo em vista que
enquanto buscava colocar o homem no centro, dignificá-lo, sua família padecia
por seu descaso e constante busca de divulgar e defender seus pensamentos e ideias,
ao ponto de ele mesmo reconhecer sua falha em permitir que os seus padecessem
sofrimentos irreparáveis ao longo da vida.
Somos
produtos da realidade histórica e de suas transformações dinâmicas, não somos
meros arcabouços teóricos, em que a regra de um sistema todo ele coerente é
capaz de dá respostas claras e objetivas.
Pensar
uma realidade tão distante de nossos olhos nos leva a perceber que o utópico
sempre esbarra na pratica, pois alimentamos sistemas, sonhos e paradigmas,
construímos ideologias com o objetivo de sanar nossas deficiências de
compreensão do mundo. Com isso esquecemos que tudo que existe é fruto sim de
uma racionalidade estratégica e gananciosa.
Quando
questionamos o capitalismo e suas manipulações, damos a ele um papel que não
lhe cabe, o colocamos como criador de todas as miserabilidades existentes. É ele
quem cria rege e transforma as regras de sobrevivência da sociedade.
Eu
diria que tudo isso não passa de uma invenção teórica mal infundada, que tenta
tirar do homem seu papel de agente transformador da realidade, que a todo custo
refaz o que está posto de acordo com seu bel prazer. Não é o capitalismo que
destrói o homem e sim é o homem que usa o capitalismo para se destruir de forma
clara e consciente, assinando um atestado de plena colaboração para seu fim
ultimo.
Para
mim Marx foi um homem comum que tentou discutir temas relevantes para época e
que alguns deles ainda se aplicam aos dias atuais, principalmente no que tange
a capacidade de metamorfose do capitalismo. Já como homem deixou a desejar por
sua postura alienada e destituída de sentimentos como caridade e respeito
principalmente aos seus que padeciam ao seu por uma causa que não era sua.
Em
quanto Marx escrevia e questionava a sociedade, o seu mundo desmoronava, pois a
incompetência de ser sustentado durante grande parte de sua vida pelo seu amigo
Engels, que bancava uma vida de leituras e noites debruçadas em livros e tintas
era nítida.
Sendo
assim, é bastante conveniente criticar o capitalismo, o Estado e todo o sistema
vigente, enquanto se tem alguém que banque uma vida de estudos e produções
acadêmicas. Não precisando enfrentar os dias sombrios de trabalho em condições
indesejadas e desfavoráveis a saúde.
A
critica dessa forma flui suavemente, destituída de qualquer cansaço, livre
acima de tudo sem amarras ideológicas, capaz assim de fazer um percurso
itinerante entre o bem e o mal, o rico e o pobre, entre o real e o utópico sem
compromisso com a práxis da vida cotidiana.
O grito fluirá com
força e vontade, sem medo de faltar o pão e o leite da mesa: “operários do
mundo todo uni-vos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário