CONTRIBUIÇÕES
Desde
os primeiros escritos, Marx ao dizer que “a história da sociedade até aos
nossos dias é a história da luta de classes”. já sinalizava uma
vertente critica, se posicionava a favor de uma classe, que até então era tida
como explorada e destituída de muitos direitos. A classe operaria os
proletários, deveriam LUTAR, não se render ao sistema capitalista e suas
imposições, pois “a burguesia permite ao proletariado uma única usurpação: a da
luta”.
As
transformações no mundo do trabalho deveriam acontecer, para que aqueles que
estão na base da pirâmide pudesse ascender e ter seu lugar ao sol da mesma
forma que os capitalistas o tem.
Aos
operários não restava outra escolha: ou morriam de fome ou iniciavam uma luta.
Responderam, em 22 de junho, com imensa insurreição na qual se travou a
primeira grande batalha entre ambas as classes em que se divide a sociedade
moderna. Foi uma luta pela manutenção ou destruição da ordem burguesa. O véu
que encobria a republica rasgou-se. (MARX, 1818-1850, p. 92)
O
conflito era inevitável, pois de um lado estavam aqueles que detinham todo o
poder e o capital e do outro aqueles que possuíam exclusivamente sua força de
trabalho que era explorado e desvalorizado.
Com
a ascensão da classe operaria e consequente perda do poder aconteceria uma
libertação da classe operaria do jugo dos opressores. Uma sociedade igualitária
onde todos tenham os mesmos quinhões não duraria por muito tempo, isto se dá
também por ser o consumo destes diferenciado, alguns começariam a guardar e
acumular o que com o tempo provocaria uma ascensão de alguns, semelhante aos
sistemas do passado como o absolutismo, escravismo e feudalismo.
O
homem seria livre quando não depende de um trabalho assalariado, imposto pelo
capitalista que dita às regras e deveres, não permitindo ao operário a
liberdade de se expressar diante daquilo que foi estabelecido nos contratos de
trabalho. O vinculo empregatício, assalariado não mais determinaria a vida do
operário, tendo em vista que ele teria sido libertado do cárcere da alienação.
Por
outro lado o pensamento de Marx de certa forma alimentou a discórdia e a
rivalidade entre os subalternos e patrões, entre pequenos e grandes. Isto se dá
por ser o poder uma riqueza capaz de ultrapassar todas as esferas da sociedade
e quem o possui jamais quer perde-lo. Este poder está presente desde a política
até a religião influenciando e a vida das pessoas, pois ele é capaz de dividir
e separar até os mais calorosos amigos.
Em
todas as relações humanas ele está presente, e nos movimentos sociais não
poderia ser diferente, é contra ele que se lutar, tentando contestá-lo,
desmistificá-lo.
Claro
que isso em certos momentos é totalmente utópico, pois por trás de um sistema
de poder existe todo um arcabouço de relações e estratégias para a manutenção
de tal modelo. Marx lutou contra isso ao defender seu ponto de vista, permitiu
que situações conflitantes acontecessem ao redor em nome de uma luta ideológica
capaz de modificar a consciência daqueles que no futuro iriam ter contato com
seu pensamento.
Pensar
uma sociedade sem classes, sem o poder do Estado e sem o capital como
manutenção do sistema vigente em detrimento da sociedade que vive a quem, as
margens, seria uma utopia sem tamanho. Este sonho pode ser pensado no século
XIX, pois ai as transformações tecnologias e cientificas não comandavam e
determinavam a vida das pessoas como hoje, o fetichismo e o escravismo comercial
não eram tão determinantes.
No
entanto, a interpretação ao longo dos anos por muitos dos seus seguidores
trouxe para história da humanidade consequências desastrosas, capaz de
aniquilar vidas e sonhos em prol de uma busca desesperada de imposição de um
sistema alienante e excludente, que tinha como mascara a igualdade e a ideia de
um novo rumo.
Esse
novo mundo ideal nos leva a pensar no mundo das ideias de Platão, em que o real
seria apenas uma copia imperfeita daquilo que existe em perfeição num plano
superior. Nesse sentido seria o pensamento de Marx uma ideologia, uma forma
utópica de esperar um mundo mais igualitário, nele todos seriam semelhantes depositários
e recebedores das mesmas dádivas criadas pelos homens.
A
realidade é que enquanto o operário sonha em ganhar o seu salário para suprir
suas necessidades, tendo melhores condições de trabalho, o patrão pensa em
aumentar a jornada de trabalho e diminuir o capital investido em salários. A
mais-valia, assim alimenta o bolso do patrão e escraviza o empregado que se
sente preso ao sistema imposto por pensar que lhe deve favores ou por medo da
demissão.
Nesse
sentido Marx trouxe uma grande contribuição para a sociedade de seu tempo e até
hoje se destaca pela discussão abrangente de seu pensamento. Ele colocou o
homem no centro no mundo do trabalho, deu a ele o seu verdadeiro lugar,
valorizando-o, transformando-o em ser referencial da sociedade em detrimento da
mercadoria produzida, demonstrando que seu lugar não deveria ser um escravo da
sociedade, uma moeda troca que se valoriza conforme a demanda imposta pelo
capitalismo e seu modo de ser destruidor.
Nesse
ponto em destaque Marx saiu um pouco do mundo ideal e foi para o pratico, o
real, onde tudo se transforma e se refaz. Aqui ele deu ao homem o papel de
agente histórico capaz de ele mesmo transformar sua historia através da
consciência de seu lugar na sociedade, fugindo da alienação do pensar e principalmente
do agir.
Outro
ponto que nos leva a refletir no pensamento de Marx é sua concepção de
trabalho. Para ele, trabalho é toda ação que é capaz de transformar a natureza
das coisas, transforma a natureza existente em outra através do ato de seu
trabalho, materializada a partir de sua capacidade teleologia.
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