sexta-feira, 12 de outubro de 2012

ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DE KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS PARA AS LUTAS SOCIAIS: parte 2

 
    

              CONTRIBUIÇÕES


Desde os primeiros escritos, Marx ao dizer que “a história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes”. já sinalizava uma vertente critica, se posicionava a favor de uma classe, que até então era tida como explorada e destituída de muitos direitos. A classe operaria os proletários, deveriam LUTAR, não se render ao sistema capitalista e suas imposições, pois “a burguesia permite ao proletariado uma única usurpação: a da luta”.
As transformações no mundo do trabalho deveriam acontecer, para que aqueles que estão na base da pirâmide pudesse ascender e ter seu lugar ao sol da mesma forma que os capitalistas o tem.
                                    Aos operários não restava outra escolha: ou morriam de fome ou iniciavam uma luta. Responderam, em 22 de junho, com imensa insurreição na qual se travou a primeira grande batalha entre ambas as classes em que se divide a sociedade moderna. Foi uma luta pela manutenção ou destruição da ordem burguesa. O véu que encobria a republica rasgou-se. (MARX, 1818-1850, p. 92)
O conflito era inevitável, pois de um lado estavam aqueles que detinham todo o poder e o capital e do outro aqueles que possuíam exclusivamente sua força de trabalho que era explorado e desvalorizado.
Com a ascensão da classe operaria e consequente perda do poder aconteceria uma libertação da classe operaria do jugo dos opressores. Uma sociedade igualitária onde todos tenham os mesmos quinhões não duraria por muito tempo, isto se dá também por ser o consumo destes diferenciado, alguns começariam a guardar e acumular o que com o tempo provocaria uma ascensão de alguns, semelhante aos sistemas do passado como o absolutismo, escravismo e feudalismo.
O homem seria livre quando não depende de um trabalho assalariado, imposto pelo capitalista que dita às regras e deveres, não permitindo ao operário a liberdade de se expressar diante daquilo que foi estabelecido nos contratos de trabalho. O vinculo empregatício, assalariado não mais determinaria a vida do operário, tendo em vista que ele teria sido libertado do cárcere da alienação.
Por outro lado o pensamento de Marx de certa forma alimentou a discórdia e a rivalidade entre os subalternos e patrões, entre pequenos e grandes. Isto se dá por ser o poder uma riqueza capaz de ultrapassar todas as esferas da sociedade e quem o possui jamais quer perde-lo. Este poder está presente desde a política até a religião influenciando e a vida das pessoas, pois ele é capaz de dividir e separar até os mais calorosos amigos.
Em todas as relações humanas ele está presente, e nos movimentos sociais não poderia ser diferente, é contra ele que se lutar, tentando contestá-lo, desmistificá-lo.
Claro que isso em certos momentos é totalmente utópico, pois por trás de um sistema de poder existe todo um arcabouço de relações e estratégias para a manutenção de tal modelo. Marx lutou contra isso ao defender seu ponto de vista, permitiu que situações conflitantes acontecessem ao redor em nome de uma luta ideológica capaz de modificar a consciência daqueles que no futuro iriam ter contato com seu pensamento.
Pensar uma sociedade sem classes, sem o poder do Estado e sem o capital como manutenção do sistema vigente em detrimento da sociedade que vive a quem, as margens, seria uma utopia sem tamanho. Este sonho pode ser pensado no século XIX, pois ai as transformações tecnologias e cientificas não comandavam e determinavam a vida das pessoas como hoje, o fetichismo e o escravismo comercial não eram tão determinantes.
No entanto, a interpretação ao longo dos anos por muitos dos seus seguidores trouxe para história da humanidade consequências desastrosas, capaz de aniquilar vidas e sonhos em prol de uma busca desesperada de imposição de um sistema alienante e excludente, que tinha como mascara a igualdade e a ideia de um novo rumo.
Esse novo mundo ideal nos leva a pensar no mundo das ideias de Platão, em que o real seria apenas uma copia imperfeita daquilo que existe em perfeição num plano superior. Nesse sentido seria o pensamento de Marx uma ideologia, uma forma utópica de esperar um mundo mais igualitário, nele todos seriam semelhantes depositários e recebedores das mesmas dádivas criadas pelos homens.
A realidade é que enquanto o operário sonha em ganhar o seu salário para suprir suas necessidades, tendo melhores condições de trabalho, o patrão pensa em aumentar a jornada de trabalho e diminuir o capital investido em salários. A mais-valia, assim alimenta o bolso do patrão e escraviza o empregado que se sente preso ao sistema imposto por pensar que lhe deve favores ou por medo da demissão.
Nesse sentido Marx trouxe uma grande contribuição para a sociedade de seu tempo e até hoje se destaca pela discussão abrangente de seu pensamento. Ele colocou o homem no centro no mundo do trabalho, deu a ele o seu verdadeiro lugar, valorizando-o, transformando-o em ser referencial da sociedade em detrimento da mercadoria produzida, demonstrando que seu lugar não deveria ser um escravo da sociedade, uma moeda troca que se valoriza conforme a demanda imposta pelo capitalismo e seu modo de ser destruidor.
Nesse ponto em destaque Marx saiu um pouco do mundo ideal e foi para o pratico, o real, onde tudo se transforma e se refaz. Aqui ele deu ao homem o papel de agente histórico capaz de ele mesmo transformar sua historia através da consciência de seu lugar na sociedade, fugindo da alienação do pensar e principalmente do agir.
Outro ponto que nos leva a refletir no pensamento de Marx é sua concepção de trabalho. Para ele, trabalho é toda ação que é capaz de transformar a natureza das coisas, transforma a natureza existente em outra através do ato de seu trabalho, materializada a partir de sua capacidade teleologia.
 

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